terça-feira, 1 de abril de 2014

"Parei de tentar ter filho para não afastar o casamento"

A entrevista é longa, mas resumo aqui e insiro o link da matéria com a jornalista Ana Paula Padrão.
Incrível como muitas pessoas "famosas" tratam das dificuldades de serem mães. A Ana Hickmann esta casada há mais de 10 anos e disse que fez apenas 2 tentativas de Fertilização in Vitro, existem muitas outras que nós não sabemos, mas o assunto é "pano pra manga" para inúmeros programas de TV.
Mesmo assim, pouco se comenta. Ou quando comentam, nos casos das novelas, destorcem as informações e não falam como é feito todo o tratamento.

Abaixo segue a entrevista: 

"Parei de tentar ter filho para não afastar o casamento"

Você acha que as tentativas de engravidar (em 2005, Ana Paula saiu da Globo) poderiam ter abalado seu relacionamento? 
Eu parei de tentar ter filho para que não afetasse o casamento. Quando você começa a tentar muito uma coisa artificial, e no meu caso era fertilização in vitro, você tem que seguir o cronograma daquele negócio. No meu caso era: tomar injeções na barriga durante um período de tempo para estimular superovulação, ir ao médico quase todo dia para fazer ultrassom e ver de que tamanho estavam os óvulos, que têm de ser retirados no momento exato. Você fica superinchada, entupida de hormônios, com pouco apetite sexual, cansada e improdutiva.

Todo o processo é bastante complicado... Não é simples, você fica tensa, nervosa, dorme pouco. Aí chega o dia de tirar os óvulos, enfiam uma agulha gigantesca no seu ovário, tiram os ovulozinhos, que vão para uma proveta com o esperma. Os embriões se formam e começa a subdivisão celular. Depois, os mais bonitinhos são retirados e colocados em você. Isso demora três, quatro, cinco dias, e então você volta à clínica para colocar os embriões em você e sai tomando mais hormônio para segurar os embriões dentro de você. Aí começa a expectativa. Depois de fazer tudo isso duas vezes, por dois anos, resolvi parar para descansar o corpo e fiquei grávida nesse período, mas sofri um aborto [estava de poucas semanas].

Era uma coisa sua ou do Walter? 
Ele sempre disse para mim: “Com filho ou sem filho eu te amo igual”. Para mim era vontade de perpetuar aquela história e aquela pessoa, mas vi que eu estava criando um ponto permanente de angústia na gente. Os casos de sucesso são muito alardeados, mas os de insucesso não saem de dentro das clínicas. Quantas mulheres se sentaram ao meu lado naquelas clínicas com 11, 12 tentativas fracassadas? Disso ninguém fala.


Já vi casos em que, quando a mulher consegue, o casamento acaba
Você passa muitos meses focada numa terceira coisa, que pode ou não acontecer. Na maioria dos casos o homem se vê excluído porque é um sonho feminino. Hoje eu falo: quer ter filho? Não espera muito porque a medicina não faz milagres e você ainda corre o risco de destruir uma coisa que é boa em benefício de uma coisa que você não sabe se vai acontecer.


Doeu desistir? 
A vida me deu muita coisa, eu era uma caipirona, minha família não tinha dinheiro, conheci o mundo, construí uma carreira, encontrei a pessoa da minha vida. Por esforço pessoal, por decisões certas, porque o universo conspirou, as coisas deram certo. Se não era para ter filhos, não era para ter filhos. Dói abortar? Dói demais, dói horrivelmente. Passei três dias no hospital chorando sem parar.

Dor emocional? 
Você está perdendo uma pessoa, ela está indo embora, o coração parou de bater. E meu marido do meu lado, segurando a minha mão. Três dias com ele ali, chorando igual a mim, e dizendo: “Vai passar. Vai passar. Eu te amo. Eu te amo igual”. Tudo isso uma hora me fez pensar: “O que eu tô fazendo? Inventando um ponto de infelicidade entre a gente?”. Não tô dizendo que outras mulheres tenham que fazer igual a mim, todo mundo tem sua história. Mas doeu, dói até hoje, e eu convivo com a dor.


"A dor é importante, ela dá muita humildade pra gente"

http://revistatpm.uol.com.br


Deixe seu comentário, vou gostar :)
Ou me mande um email cadevocecegonha@gmail.com, respondei com carinho.

2 comentários:

  1. Que história mais triste!
    No final dela não senti felicidade... Vc sentiu?
    Conheço milhares de casos de FIV's que nunca deram certo e nem por isso o casal desacreditou no sonho da maternidade/paternidade...
    Sinto muito por ela achar que a única maneira de construir uma família completa é gerando um filho no ventre.

    Embora triste, foi ler essa história e confirmar que a nossa luta não é em vão!

    Fica bem!
    Bj

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  2. Acho que vc não entendeu... Ela disse exatamente o contrário, que desistiu porque acha que para ter uma família completa NÃO PRECISA ter filho, gerado no ventre dela ou não. Essa obsessão dela só estava trazendo angústia e sofrimento, e desviando o foco dela do casamento para uma 3a pessoa... Quem somos nós pra julgar, afinal cada um sabe de sua prioridade... Eu mesma continuo na luta. Mas muito mais pelo meu marido, pq é um sonho dele. Eu sei que seria muito feliz sem filhos, mas ele não...
    Que bom que ela pode tomar essa decisão. Eu não posso...

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